Os dados trazem um alento para os próximos meses diante das incertezas que pairam sobre a atividade econômica”, pontua a presidente da FCDL-MS, dra. Inês Santiago
A FCDL-MS (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul) publica mais uma edição do Termômetro do Varejo. Os dados da economia do Estado, neste primeiro semestre do ano mostram que as vendas do comércio varejista de Mato Grosso do Sul aumentaram 8,5%, se comparado com o mesmo período do ano anterior, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Já no varejo ampliado, a comparação semestral mostra que as vendas ficaram praticamente estáveis na comparação entre janeiro a junho de 2024 e o mesmo período do ano anterior.
“Pode-se olhar a metade cheia do copo ou a metade vazia. A metade cheia: as vendas do varejo ampliado pararam de cair no acumulado do ano, depois de um longo período de queda. A metade vazia é que as vendas desse segmento ainda não voltaram a crescer. Os dados do semestre ainda apontam crescimento da produção industrial e queda da prestação de serviços. Os dados trazem um alento para os próximos meses diante das incertezas que pairam sobre atividade econômica”, pontuou a presidente da FCDL-MS, dra. Inês Santiago.
Em relação a indústria, houve um crescimento de 3,4%, entre janeiro a junho deste ano e os mesmos meses do ano passado. No ano passado, o setor apresentou quedas consecutivas da produção, mas vem se recuperando.
Adversidades climáticas que afetam a região climática derrubaram as projeções para a safra de grãos no Estado. A produção deve recuar de 28,4 bilhões de toneladas em 2023 para 21,1 bilhões em 2024.
O volume de prestação de serviços em Mato Grosso do Sul recuou 4,6% no 1º semestre. O percentual sugere desaceleração da atividade econômica no Estado, já que esse setor é o mais representativo da economia local.
Empregos
De acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), no primeiro semestre foram geradas 21.179 vagas formais de trabalho, em Mato Grosso do Sul. O saldo é resultado da diferença entre o total de admissões e demissões. O resultado representa queda de 15,1% com relação ao número de vagas criadas no 1º semestre de 2023.
O setor de serviços lidera a criação de vagas formais no 1º semestre, com 9.582 postos criados. Em seguida, aparece a indústria (4.721); e o comércio com 2.226 vagas formais criadas.
O número total de empregos formais em Mato Grosso do Sul, independentemente da data de criação, chegou a cerca de 679.144 em junho de 2024, acima do verificado em junho de 2023 quando foi registrado 655.206.
Em Campo Grande, o saldo de vagas criadas no 1º semestre de 2024 chegou a 6.299. Esse número cresceu na comparação com o mesmo período do ano anterior. O avanço foi de 22,9%.
Na Capital, o setor de serviços liderou o saldo de criação de vagas, com 3.415 vagas formais criadas. O setor de construção registrou saldo de 1.604, aparecendo em segundo lugar, enquanto o comércio registrou saldo de 256 vagas criadas. O total de empregos formais na Capital, independentemente do mês de criação, chegou a 247.798.
Já em relação ao desemprego, a taxa chega a 3,8% no Estado, no segundo trimestre. Conforme dados do IBGE, o detalhamento dos dados mostra um total de 1,44 milhão de pessoas ocupadas e 57 mil desempregadas. A renda média foi estimada em R$ 3,3 mil.
O desemprego no estado subiu em 2020, com o início da pandemia, mas recuou naquele mesmo ano, até atingir a mínima em dezembro de 2022 (3,3%).
EXPORTAÇÃO
Dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços) mostram que o saldo da balança comercial segue positivo em Mato Grosso do Sul, com as exportações superando as importações no período de janeiro a julho de 2024. O saldo foi de US$ 4,4 bilhões.
No entanto, quando se compara o saldo acumulado neste ano com o saldo do ano anterior (US$ 4,5 bilhões), observa-se uma queda. Essa queda é fruto de uma redução de 5,2% nas exportações. As importações para o Estado também recuaram. A queda foi de 9,4%.
INFLAÇÃO E CRÉDITO
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou alta de 4,6% em Campo Grande, no acumulado de 12 meses. A informação foi divulgada pelo IBGE, referente ao mês de julho.
O índice considera uma cesta de bens e serviços tipicamente consumidos pelas famílias com renda entre 1 e 40 salários-mínimos.
A maior alta dos preços foi notada pelos itens de educação, com avanço médio de 8,0% nos preços. Em seguida, aparecem os itens de despesas pessoais, com alta de 6,5%.
Por outro lado, o IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo), apurado pela Fundação Getulio Vargas, apresentou crescimento 3,7% no acumulado de 12 meses. Este índice mostra a evolução dos preços no atacado, antes de chegar ao consumidor final, e pode impactar os preços praticados pelo varejo.
Em relação ao crédito destinado a PF (Pessoas Físicas), dados do Banco Central do Brasil mostram que, em julho de 2024, o saldo chegou a R$ 87,7 bilhões em Mato Grosso do Sul.
O número representa os valores em aberto, vencidos ou a vencer, das operações de empréstimo e financiamentos feitas por meio do SFN (Sistema Financeiro Nacional).
Já o saldo destinado a Pessoas Jurídicas chegou a R$ 32,0 bilhões. Ao longo do 1º semestre de 2024, o saldo de crédito às famílias cresceu 4,3% na comparação com o saldo do início do ano, enquanto o crédito empresarial avançou 8,4%.
A inadimplência bancária no Estado, medida com o percentual do saldo com atraso superior a 90 dias, foi estimada em 3,1% no segmento de Pessoa Física. No segmento de Pessoa Jurídica, a taxa de inadimplência foi de 2,9%.
Acesse o material completo: https://heyzine.com/flip-book/06416a11c4.html