O Termômetro do Varejo do mês de maio mostra que, ao fim do primeiro trimestre de 2025, o cenário econômico de Mato Grosso do Sul segue em transição. O comércio varejista registrou queda de 1,5% nas vendas, enquanto o varejo ampliado, que inclui atividades como veículos e materiais de construção, apresentou estabilidade após um longo período de retração. O setor de serviços mostrou sinais de recuperação, e o mercado de trabalho manteve saldo positivo, embora o comércio tenha fechado o trimestre com mais demissões que admissões.
A presidente da FCDL-MS, Inês Santiago, afirma que o desempenho do varejo ampliado pode sinalizar uma inflexão. “Parar de piorar é um primeiro passo”, destacou. Ela ainda chama atenção para os efeitos da inflação local: “Criar as condições para que a inflação caia e pare de pressionar os juros será fundamental para a retomada do varejo ampliado”.
Vendas do varejo
As vendas do varejo ampliado caíram 0,3% no primeiro trimestre, praticamente estáveis em relação ao mesmo período de 2024. Já o comércio varejista, que exclui segmentos como veículos e materiais de construção, registrou recuo de 1,5%, após ter encerrado 2024 em crescimento.
Serviços, agro e indústria
O setor de serviços teve alta de 1,0% no trimestre, revertendo a queda registrada em 2024. A indústria recuou 1,6%, enquanto a agropecuária continua com projeções otimistas: o valor bruto da produção deve crescer 17,2% em Mato Grosso do Sul em 2025, acima da média nacional.
Mercado de trabalho (CAGED)
No primeiro trimestre, o estado gerou 12.584 vagas formais. O setor de serviços liderou, seguido pela indústria. Já o comércio teve saldo negativo de 187 vagas, impactado pelo encerramento de contratos temporários.
Exportações e importações
De janeiro a abril, as exportações cresceram 2,7%, somando US$ 3,4 bilhões, enquanto as importações recuaram 6,3%. O saldo da balança comercial foi de US$ 2,5 bilhões. A China segue como principal destino dos produtos do estado, com 47% das exportações.
Mercado de crédito
O saldo de crédito às famílias cresceu 4,2% em termos reais, abaixo da média nacional. Para empresas, o aumento foi de 9,1%. A inadimplência bancária subiu para 4,3% em março, frente aos 2,9% registrados no mesmo mês do ano anterior.
Campo Grande
Na capital, foram criadas 3.803 vagas formais no primeiro trimestre. O setor de serviços liderou as contratações, enquanto o comércio, mesmo com oscilações mensais, fechou o trimestre com saldo positivo de 114 vagas. A inflação local chegou a 6,0% no acumulado de 12 meses até abril, puxada por alimentação (10,3%) e vestuário (6,5%).
Confira a íntegra do Termômetro do Varejo.
Djeneffer Cordoba
Assessoria de Imprensa – FCDL-MS
Campo Grande – MS, 26 de maio de 2025