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Pix parcelado cresce no varejo em meio à alta inadimplência

O varejo tem adotado cada vez mais o Pix parcelado como uma nova modalidade de crédito para atrair consumidores, impulsionado pela facilidade de acesso e pela crescente demanda de clientes já endividados. No entanto, esse crescimento ocorre em um cenário preocupante: em dezembro de 2024, o Brasil registrou 73,5 milhões de pessoas com dívidas em atraso, sendo que mais de 20% dessas pendências estão concentradas nos setores de varejo e serviços.  

Ao permitir parcelamentos em até 24 vezes diretamente na conta bancária do consumidor, o Pix parcelado se apresenta como alternativa ao cartão de crédito e ao crediário tradicional. No entanto, os juros médios praticados pelas instituições financeiras variam entre 2,09% e 3,99% ao mês, taxas que podem agravar ainda mais a situação dos consumidores que já enfrentam dificuldades financeiras.  

Diante desse cenário, outra medida recente do Governo Federal também tem gerado discussões: a liberação do crédito consignado atrelado ao FGTS. A proposta permite que trabalhadores da iniciativa privada utilizem parte do saldo do fundo como garantia para empréstimos com taxas que chegam a 3,98% ao mês, ultrapassando os 40% ao ano. A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul (FCDL-MS) já havia se manifestado contra essa modalidade, alertando que o uso do FGTS para cobrir despesas imediatas pode comprometer a segurança financeira do trabalhador no futuro, especialmente em caso de demissão.  

A presidente da FCDL-MS, Inês Santiago, reforça que, embora medidas como o crédito consignado e o Pix parcelado ofereçam um alívio imediato para os consumidores, elas não resolvem a fragilidade estrutural da economia e podem aprofundar o superendividamento da população.  

“Embora medidas de fomento econômico possam oferecer alívio imediato, elas não solucionam problemas estruturais de endividamento. Precisamos de ações que promovam um aumento real na renda e proporcionem estabilidade financeira, em vez de soluções temporárias que, a longo prazo, podem agravar a situação das famílias e comprometer sua segurança financeira.”

Para a FCDL-MS, é essencial que o governo implemente políticas que fortaleçam a renda do trabalhador de forma sustentável, evitando soluções paliativas que podem gerar impactos negativos a médio e longo prazo.

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