“Não se discute corte de gastos do próprio governo. Novamente quem vai pagar a conta é o trabalhador. Portanto, indaga-se: quem é o verdadeiro explorador do nosso trabalhador no Brasil?”, questiona a presidente da entidade, dra. Inês Santiago
O pacote fiscal anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que inclui a limitação do reajuste do salário mínimo e a reforma nos critérios para o pagamento do abono salarial, não foi visto com bons olhos pelo setor do varejo de comércio e serviço.
Para a presidente da FCDLMS (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul), dra. Inês Santiago essa medida reduz o poder de compra e, no final, quem paga a conta é o trabalhador.
“Nao se discute corte de gastos do próprio governo, nem reforma administrativa. Novamente quem vai pagar a conta é o trabalhador. Portanto, indaga-se: quem é o verdadeiro explorador do trabalhador no Brasil? Restringir o aumento do salário mínimo significa também encurtar o poder de compra do trabalhador e, não se pode olvidar que a promessa de campanha do então candidato a governo era exatamente contrário à medida adotada”, ressalta.
Desde 2023, o piso do salário nacional é corrigido pela inflação mais o crescimento do PIB de dois anos anteriores. Com a mudança proposta, o reajuste real ficará limitado a 2,5% acima da inflação, mesmo que o PIB cresça mais.
Na prática, em 2025, com a nova regra, o aumento do salário mínimo será limitado, ficando em R$ 1.515, gerando uma economia prevista de R$ 3 bilhões.
Além disso, a mudança na regra deve tirar R$ 94 do valor do piso salarial até 2030, conforme projetado pelo Ministério da Fazenda.
“Considerando que o salário mínimo impacta diretamente benefícios previdenciários, assistenciais e o funcionalismo público, uma trava poderá evitar que o aumento venha gerar uma explosão nos gastos do governo, o que não se espera, especialmente, em tempos de restrições fiscais”, finaliza dra. Inês Santiago.