Siga a FCDL nas Redes Sociais

Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.

Com aumento autorizado, remédios ficam mais caros para os que ganham menos

“Nem alimentação, nem remédio passa pelo necessário controle de preços”, diz presidente da FCDL-MS

A nova resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), publicada no Diário Oficial da União, autorizou o reajuste de preços de medicamentos em até 5,06%. A medida, que entra em vigor com a reposição de estoques nas farmácias, preocupa entidades que acompanham o acesso da população aos tratamentos de saúde.

Para o Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul (CRF-MS), qualquer aumento em produtos de uso contínuo afeta diretamente a população de menor renda, especialmente em um cenário em que a inflação acumulada segue acima do esperado.

A entidade orienta que, ao se deparar com preços considerados abusivos, o consumidor denuncie ao Procon. “A fiscalização depende, em grande parte, da denúncia da população. A farmácia precisa respeitar o teto de preços estabelecido pela Cmed, e o paciente pode solicitar a tabela oficial para conferir se o valor cobrado está dentro do permitido”, informa o assessor técnico do CRF-MS, Ronaldo de Jesus.

A presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul (FCDL-MS), Inês Santiago, também criticou o impacto do reajuste no orçamento das famílias.

“A alta compromete o orçamento das famílias, que já está muito engessado com a alta dos alimentos. Ou seja, nem alimentação, nem remédio passa pelo necessário controle de preços. A carga tributária dos medicamentos está na média de 36%, alíquota que não se justifica e torna inacessível à população, em especial, medicamentos de uso contínuo não oferecidos pelo SUS”.

Os aumentos são permitidos pela Lei nº 10.742/2003, que estabelece critérios como inflação acumulada, concorrência e custos de produção para a definição dos reajustes. A norma prevê que os reajustes sejam autorizados sempre até 31 de março de cada ano.

Neste ano, os percentuais foram fixados em três níveis:
• Nível 1: 5,06%, para medicamentos com ampla concorrência no mercado, com diversas marcas e fabricantes;
• Nível 2: 3,83%, para medicamentos com concorrência moderada;
• Nível 3: 2,60%, para medicamentos com pouca ou nenhuma concorrência.

O reajuste não é repassado de forma automática ao consumidor. A aplicação nas farmácias depende da renovação de estoques, de políticas comerciais das distribuidoras e das condições oferecidas por programas de descontos das indústrias farmacêuticas. Ou seja, o impacto nos preços pode variar conforme a dinâmica de cada estabelecimento.

Compartilhe: